terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Star Wars - O Despertar da Força [CRÍTICA]



Star Wars - O Despertar da Força é "algo físico, tangível e real". Roubo as palavras de J.J.Abrams ao comentar sobre o droide mais carismático do cinema desde R2-D2.
A maior dificuldade de restabelecer uma franquia como a de George Lucas é traduzi-la para a cultura pop atual, para a qualidade digital dessa era e ainda assim manter toda a experiência e sentimentos que caracterizam a obra original. E o tão esperado, por alguns anos até desenganado, episódio sete de Star Wars consegue nos trazer tudo isso.
Conforme os trailers surgiram, expectativa e medo crescia no coração da minha geração - essa galera que assistiu a trilogia original aos pés do sofá enrolados em um cobertor sob a tutela de seu pai. Era natural o temor de ver toda a espera, que se alongou por até 30 anos no coração de alguns, nos levar a outra decepção. Mas desde a primeira linha do clássico texto inicial o filme nos surpreende, e nos deixa bem localizados no inicio de uma nova história épica dessa mitológica ópera espacial.  
Os aspectos fantástico e místico estão mais fortes do que nunca, e o filme não peca por exagero de explicações. Visualmente nos situamos na história, que ocorre rapidamente sem longas discussões em sessões do senado. Somos apresentados a novos personagens cativantes que ao mesmo tempo recebem um equilibrado e muito bem vindo apoio de presenças aclamadas como a de Han Solo e Princesa General Leia.
Mas quem realmente rouba a cena é Rey. A sucateira de Jakku é entregue com uma brilhante atuação de Daisy Ridley que constrói uma verdadeira heroína, digna dos tempos de Jogos Vorazes. Finn(John Boyega)  e Poe Damaron(Oscar Isaac) não ficam de fora dos elogios, com uma amizade muito bem construída em minutos de filme, que enaltece o trabalho de direção e roteiro, ambos conquistam o espectador.
O núcleo de antagonistas surpreende e divide opiniões. O personagem de Adam Driver vai muito além de uma simples cópia mirrada de Darth Vader. Seu Kylo Ren é emotivo e conflituoso. Enquanto General Hux (Domhnall Gleeson) compreende em si a identidade nazista que espelha a Primeira Ordem. No ponto baixo temos a capitã Phasma que apesar de cromada não possui toda a presença vendida nos posters.
A visível releitura de cenas consagradas e da própria estrutura de Uma Nova Esperança pode desagradar alguns. Mas não houve nada que retirasse do novo filme sua própria identidade. Não se trata de cópias gratuitas, mas de um legado que ecoa naturalmente na continuidade da narrativa.  
O resultado final é nostalgia e entretenimento. Com uma trilha sonora belíssima e cenas de ação de arrepiar, Star Wars volta a ser um mundo palpável, cheio de tudo aquilo que conquistou seus primeiros fãs em 1977. O respeito ao passado não só resgata o público de longa data, mas garante competência para trazer toda uma nova geração.
Moisés Noah, 21 anos
Estudante de Direito

Brasília-DF

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